NOTA DA ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA/AJD SOBRE O ASSASSINATO DA JUÍZA PATRÍCIA ACIOLI
Interrompo as férias do blog para postar a nota abaixo. Estava no exterior, em férias, quando acessei a caixa de emails e soube da morte da colega fluminense Patrícia Acioli. Enquanto cidadão, doeu-me. Enquanto juiz, indignou-me.
O momento exige seriedade na investigação e serenidade no proceder, pois como bem salientou a nota, oportunizam-se, em meio à histeria, propostas que não venham ao encontro da postura democrática que o próprio Judiciário apregoa defender.
NOTA DA ASSOCIAÇÃO JUÍZES PARA A DEMOCRACIA/AJD SOBRE O ASSASSINATO DA JUÍZA PATRÍCIA ACIOLI
“Se o juiz tiver medo, a população não poderá dormir
tranquila”
A ASSOCIAÇÃO JUIZES PARA A DEMOCRACIA - AJD, entidade não governamental e sem fins corporativos, que tem
por finalidade trabalhar pelo império dos valores próprios do Estado
Democrático de Direito e pela promoção e a defesa dos princípios da
democracia pluralista, pugna pela conjugação de esforços para apuração
da execução da juíza Patrícia Acioli.
Independentemente
da motivação do crime, esse assassinato demonstra o patamar atingido
pelo poder paralelo, ramificado nas estruturas do Estado, fruto de
sucessivas políticas de enfrentamento e supressão de direitos, cujo
ápice encontra-se na atual política de segurança do Estado do Rio de
Janeiro, que não dispensou apoios federais para sua implementação.
A
morte de qualquer pessoa diminui a humanidade. Os valores que norteiam
uma sociedade fraterna repudiam qualquer provocação de morte alheia.
Mas, o assassinato de um magistrado atinge, diretamente, todos os
cidadãos e cidadãs que, em uma democracia, depositam nos juízes e juízas
a garantia de seus direitos. Quando o juiz tem medo, ninguém pode
dormir tranquilo.
Este
grave momento é propício para reafirmarmos a nossa confiança no Estado
de Direito. É preciso agir com firmeza, mas, sobretudo, com sobriedade e
com absoluto respeito aos limites impostos pelos princípios e valores
elegidos por nossa sociedade democrática. É preciso
garantir a independência do Poder Judiciário, não só perante os demais
poderes, como também perante grupos de qualquer natureza, internos ou
externos à magistratura. A busca da democratização da
magistratura também depende da garantia de condições para o exercício
funcional. O fortalecimento das prerrogativas dos magistrados é
imprescindível para prevalência da cidadania. A Justiça é um autêntico
serviço público, que, respondendo ao princípio da transparência, deve
permitir aos cidadãos o controle de seu funcionamento.
A AJD repudia as tentativas de desqualificação da juíza atingida pela truculência paraestatal, que visam eximir de suas responsabilidades aqueles que negligenciaram sua segurança. Igualmente, a AJD repudia as propostas anti-democráticas de instituição de juízes sem rosto, leis de emergência, constituição de milícias judiciárias e supressão de direitos, pois ineficazes para a constituição de uma sociedade justa, humana e democrática.
Fundamental
será que busquemos, a partir deste episódio, a promoção e a defesa dos
princípios da democracia pluralista, a difusão da cultura jurídica
democrática e dos valores que caracterizam uma sociedade como
republicana.
Logramo a democracia, a soberania e a independência do judiciário, mais ainda refere a morte de quem toda via, defendeu a sociedade e aplicou a justiça e morei em nome dela.
ResponderExcluirRogamos a paz, a segurança, a justiça, a saúde, bem está da vida. Atendendo a importancia mais precisamente a quem se destacou com honraria r muita bravura. Que a luiz faça jus a memoria da nossa jUíza.