Obama, a Síria e o Nobel da Paz?



Rufam os tambores de guerra
No pobre Oriente Médio.
O petróleo desenterra
O mais ignóbil assédio.

Obama, que prêmio ganhaste
Em Oslo, uns anos atrás?
Guantánamo ou Abu Ghraib
Mostram do que és capaz.

Defendes “direitos humanos”,
Mas só aos humanos nobres.
Morrem de fome, ano a ano,
Milhões nos países pobres.

Bombardeie-os com alimentos,
Saúde e educação.
Enterre... o saneamento,
Dizime... a desnutrição.

Mas armaste os rebeldes sírios,
Geraste uma guerra civil.
Depois criaste o delírio,
Com a propaganda mais vil:

Na TV, as crianças mortas.
Segue-se o script usual:
Saber o autor? Não importa.
Invadir pra cortar o mal.

Gás sarin: uma desculpa.
Não se sabe o autor do ataque.
Mas põem no regime a culpa,
Como ocorrido no Iraque.

A Síria é um passo breve.
É o grande Irã que ele quer.
Com um novo Reza Pahlevi
Ou outro fantoche qualquer.

E a cada barril de óleo,
Um litro de sangue humano.
É o mais triste somatório
Do capitalismo profano.

O que diz Obama ao mundo?
“Causo mortes, sempre mais.
Quem sabe ganhe um segundo
...Prêmio Nobel da Paz!”
 
 
*Rosivaldo Toscano dos Santos Júnior é juiz de direito e membro da Associação Juízes para a Democracia - AJD

Insira seu email para receber as atualizações do blog automaticamente


Comentários

  1. Como sempre, vc surpreendendo. Parabéns!!

    ResponderExcluir
  2. Saudações GEPequianas ao caro amigo Toscano.
    Adorei a poesia!
    Como um instrumento tão belo (poesia) pode dar conta de tamanho horror?!
    Ellen e José Augusto

    ResponderExcluir
  3. Poesia admirável, realidade lamentável.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

IDENTIFIQUE-SE E FIQUE À VONTADE PARA COMENTAR. SOMENTE COMENTÁRIOS ANÔNIMOS NÃO SERÃO ACEITOS.