Olhar 43!
Essa história me foi contada por uma amiga que é Promotora de Justiça na Paraíba.
Certa madrugada toca o telefone na delegacia de determinada cidade do sertão paraibano. A voz anônima de uma pessoa idosa relatava, sussurrando, que um homem estava agredindo animais da criação de cabritos de um vizinho da delatora. Passou todas as informações sobre o local ao policial de plantão.
O PM então se deslocou até as proximidades do terreno cercado onde pretensamente estaria o agressor. Chegando em completo silêncio, eis que se depara com um vulto que segurava vigorosamente uma das criações do vizinho e fazia movimentos bruscos, como se estivesse agredindo o pobre animal. Acendeu a lanterna e focou. Lá estava um homem aparentando uns trinta anos, agarrado a uma cabra e de calças arriadas... Era Nicácio Silva, um vizinho. O inusitado flagrante ocasionou o encaminhamento do homem à delegacia por maus-tratos ao animal. A pacata “vítima” foi facilmente conduzida para o interior da viatura, a contragosto do seu proprietário que, àquela altura, já se encontrava acordado e no local.
Pela manhã, ao chegar na delegacia, a autoridade policial, ao ver a cabra numa das celas, perguntou a razão do animal estar ali, ao que o soldado respondeu que era a vítima de um crime. O delegado passou um sermão no soldado e perguntou se seria ele quem faria a oitiva da “vítima”. A cena insólita terminou com o animal voltando para seu dono no mesmo veículo da polícia, não sem deixar – para mais um desagrado do delegado –, algumas bolinhas de estrume no seu interior.
Lavrou-se um TCO que foi encaminhado à Justiça. Poucos dias depois foi aprazada a audiência preliminar do Juizado Criminal.
A juíza leu para todos os presentes o resumo dos fatos que constaram no TCO. Tiveram que se conter para não rirem do homem que permaneceu cabisbaixo durante todo o relato. A Promotora de Justiça ofereceu a transação penal, que consistia em fazer 15 dias de trabalhos voluntários no Centro de Saúde local. A juíza então perguntou ao homem:
- Senhor Nicácio, aceita a proposta da Promotora?
- Aceito, “dotora”. É “ajudá” no hospital?
- Sim. Durante quinze dias.
- Pode deixar. Sou “homi” de descumprir as “orde” não.
Como sempre fazia, a magistrada então passou a dar conselhos ao homem:
- Mas tem outra coisa. O senhor não pode mais ir ao estábulo de Seu João “visitar” a cabra, entendeu? Senão a bronca vai ser maior.
- Doutora, ir pro hospital pode deixar que eu vou, sem problema. Mas aquilo eu não posso garantir... – foi a resposta surpreendente de Nicácio.
- Mas por quê?
- Olhe, “dotora”, como eu sou feio. Nenhuma "muié" me quer. Por isso tenho muita "carênça"... O cercado lá é passagem pra minha casa. Se outro dia eu passar e a danada da cabrita der aquela mesma olhadinha pra mim com aqueles “olhinho” pidão, num vai dar pra resistir não!
Certa madrugada toca o telefone na delegacia de determinada cidade do sertão paraibano. A voz anônima de uma pessoa idosa relatava, sussurrando, que um homem estava agredindo animais da criação de cabritos de um vizinho da delatora. Passou todas as informações sobre o local ao policial de plantão.
O PM então se deslocou até as proximidades do terreno cercado onde pretensamente estaria o agressor. Chegando em completo silêncio, eis que se depara com um vulto que segurava vigorosamente uma das criações do vizinho e fazia movimentos bruscos, como se estivesse agredindo o pobre animal. Acendeu a lanterna e focou. Lá estava um homem aparentando uns trinta anos, agarrado a uma cabra e de calças arriadas... Era Nicácio Silva, um vizinho. O inusitado flagrante ocasionou o encaminhamento do homem à delegacia por maus-tratos ao animal. A pacata “vítima” foi facilmente conduzida para o interior da viatura, a contragosto do seu proprietário que, àquela altura, já se encontrava acordado e no local.
Pela manhã, ao chegar na delegacia, a autoridade policial, ao ver a cabra numa das celas, perguntou a razão do animal estar ali, ao que o soldado respondeu que era a vítima de um crime. O delegado passou um sermão no soldado e perguntou se seria ele quem faria a oitiva da “vítima”. A cena insólita terminou com o animal voltando para seu dono no mesmo veículo da polícia, não sem deixar – para mais um desagrado do delegado –, algumas bolinhas de estrume no seu interior.
Lavrou-se um TCO que foi encaminhado à Justiça. Poucos dias depois foi aprazada a audiência preliminar do Juizado Criminal.
A juíza leu para todos os presentes o resumo dos fatos que constaram no TCO. Tiveram que se conter para não rirem do homem que permaneceu cabisbaixo durante todo o relato. A Promotora de Justiça ofereceu a transação penal, que consistia em fazer 15 dias de trabalhos voluntários no Centro de Saúde local. A juíza então perguntou ao homem:
- Senhor Nicácio, aceita a proposta da Promotora?
- Aceito, “dotora”. É “ajudá” no hospital?
- Sim. Durante quinze dias.
- Pode deixar. Sou “homi” de descumprir as “orde” não.
Como sempre fazia, a magistrada então passou a dar conselhos ao homem:
- Mas tem outra coisa. O senhor não pode mais ir ao estábulo de Seu João “visitar” a cabra, entendeu? Senão a bronca vai ser maior.
- Doutora, ir pro hospital pode deixar que eu vou, sem problema. Mas aquilo eu não posso garantir... – foi a resposta surpreendente de Nicácio.
- Mas por quê?
- Olhe, “dotora”, como eu sou feio. Nenhuma "muié" me quer. Por isso tenho muita "carênça"... O cercado lá é passagem pra minha casa. Se outro dia eu passar e a danada da cabrita der aquela mesma olhadinha pra mim com aqueles “olhinho” pidão, num vai dar pra resistir não!
kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirEssa eu conheço!!!! kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirCaro Dr. Rosivaldo;
ResponderExcluirAté eu estou sorrindo e vou sorrir por mais uns longos minutos.
E, no interior da Paraíba, se cada "cabra" feio for fazer essa presepada, tá ruim... Haja ofensa!
ResponderExcluirMuita boa, Rosivaldo.
KKKKKKKKKK sim mais...alguém ouviu a vítima? Parece-me que tal ato teve o consentimento da mesma, pois ela num deu nenhum "coicezinho",kkkkkkkkkkkkkkkkk (gargalhando)
ResponderExcluirAcho que a vítima não estava satisfeita com o bode da área...
ResponderExcluirkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, muito boa essa história....
ResponderExcluirow gente... tadinha da cabra, sério! :P
ResponderExcluirSerá que o seu Nicácio deu pelo menos um punhado de milho para a cabrinha.
ResponderExcluirPobre cabrita...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirMeu Deus o mais cômico, é saber que aconteceu de fato, é o que é pior é comum este tipo de acontecimento na zona rural, Tento me colocar no papel da Juíza,porque fazem vinte minutos que terminei de ler e ainda não consegui, parar de rir, imagine se eu estivesse cara a cara com o Ninácio. Acho que eu desmaiaria, de tanto rir, e a iniciativa do PM de levar a vítima para a delegacia.KKKKKKKK. Santo Deus! E para fechar com chave de ouro o escrivão "eita" é um olhar 43 kkkkkkkkkk...Simplesmente fantástico!
ResponderExcluirRS, ESPERO QUE ESSA CIDADE NÃO SEJA PATOS.
ResponderExcluirRindo muito! Mas pobre cabrita é pobre " carença" do feioso! rsrsrsr
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