Rábula do Além-Túmulo



Essa história me foi contada por um colega da magistratura catarinense. Disse-me que tinha um amigo que era juiz numa pequena comarca do sul do país. Nesse mesmo local, havia um advogado que dizia receber um "preto velho". Receberia um baiano que, segundo ele, tinha sido desembargador no início do século passado e que sempre baixava, coincidentemente, no mês dos júris. Segundo as más línguas, ele não tinha mediunidade nenhuma. Era tudo uma performance teatral para impressionar os jurados. Então, quando chegava o mês em que se realizavam os júris, ele colocava velas pretas em volta do fórum.
Chega o dia de um dos júris em que o dito advogado era o defensor do réu. O plenário do auditório amanheceu repleto de velas pretas. Seu assistente foi correndo comunicar ao juiz o inusitado fato. O magistrado, então, ao entrar no plenário, foi logo falando para o advogado:
- Doutor, é pra apagar as velas. – Ao que o advogado respondeu de maneira insolente:
- Excelência, seu assistente disse que fui eu que coloquei as velas? Então pode ser que tenham dois macumbeiros aqui. Eu e o senhor. Se não fui eu, pode ter sido o senhor quem acendeu as velas. – O tempo fechou no plenário.
O juiz, muito irritado com a resposta do advogado, resolveu suspender o júri e, somente após isso, o defensor decidiu apagá-las.
O júri retornou. A paz foi se restabelecendo aos poucos. Contudo, no meio dos debates, o advogado teve um treco e disse, com uma voz cavernosa e entre caretas e contorções, que baixou o tal desembargador. O promotor substituto, que era novo na carreira e cidade, ficou atônito, sem saber o que fazer.
O juiz, então, entrou na loucura do sujeito. Levantou-se abruptamente, tocou a campainha e perguntou em alta voz:
- A entidade que baixou tem inscrição na OAB? Se não tiver, pode ir saindo porque não vou deixar o júri ser anulado por falta de defesa técnica!



*Rosivaldo Toscano Jr. é juiz de direito e membro da Associação Juízes para a Democracia - AJD

Comentários

  1. Causos do meu Brasil...!!!

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  2. Meu caro,
    Me permita postar aqui um email engraçado que recebi certa feita.
    Abraços!!!

    SE EU CONHEÇO???!!!

    Num julgamento em Vassouras (RJ), o Promotor de Justiça chama
    sua primeira testemunha, uma velhinha de idade bem avançada.

    Para começar a construir uma linha de argumentação, o Promotor
    pergunta à velhinha:

    - Dona Genoveva, a senhora me conhece, sabe quem sou eu e o que
    faço?

    - Claro que eu o conheço, heuler! Eu o conheci bebê. Só chorava,
    e francamente, você me decepcionou. Você mente, você trai sua mulher, você
    manipula as pessoas, você espalha boatos e adora fofocas. Você acha que é
    influente e respeitado na Cidade, quando na realidade você é apenas um coitado.
    Nem sabe que a filha esta grávida, e pelo que sei, nem ela sabe quem é o pai.
    Ah, se eu o conheço! Claro que conheço!

    O Promotor fica petrificado, incapaz de acreditar no que estava
    ouvindo. Ele fica mudo, olhando para o Juiz e para os jurados. Sem saber o que
    fazer, ele aponta para o advogado de defesa e pergunta à velhinha:

    - E o advogado de defesa, a senhora o conhece?

    A velhinha responde imediatamente:

    - O tidão? É Claro que eu o conheço!

    Desde criancinha. Eu cuidava dele para a Marina, a mãe dele,
    pois sempre que o pai dele saia, a mãe ia pra algum outro compromisso. E ele
    também me decepcionou. É preguiçoso, puritano, alcoólatra e sempre quer dar
    lição de moral nos outros sem ter nenhuma para ele. Ele não tem nenhum amigo e ainda conseguiu perder quase todos os 4 processos em que atuou. Além de ser
    traído pela mulher com o mecânico... com o mecânico!!!

    Neste momento, o Juiz pede que a senhora fique em silêncio,
    chama o promotor e o advogado perto dele, se debruça na bancada e fala baixinho
    aos dois:

    'Se algum de vocês perguntar a esta velha filha da puta se ela
    me conhece, vai sair desta sala preso... Fui claro???

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  3. Boa..... aos leitores "SARAVÁ".....

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