Paulo Lopo - O Tribuno


Final de semana passado fui de João Pessoa para São Miguel, no Rio Grande do Norte. Percorri quase toda a Paraiba. No trajeto me deparei com uma placa sinalizando a entrada para a cidade de Serra Branca. Imediatamente rememorei um soneto que fiz em homenagem a um filho ilustre daquela terra, o amigo e ex-professor de Direito Constitucional, Paulo Lopo Saraiva.
Ele foi a primeira imagem que tive de um profissional do Direito, ainda na minha infância. Éramos vizinhos. Do alto dos meus oito anos, recordo que na casa dele havia uma passagem secreta para um local semi-subterrâneo onde ele abrigou por diversas verzes os jovens revolucionários que lutavam contra a ditadura militar. Orgulhava-me esse passado combativo e de esquerda do então pai de meus amigos.
Redigi esse soneto muitos e muito anos depois...

PAULO LOPO – O TRIBUNO - POR ROSIVALDO TOSCANO


Serra Branca, Serra Branca, há de lembrar
Desse filho que partiu numa odisséia.
Que lutou, rompeu grilhões e hoje está
Sendo alvo de aplausos e platéias...

Grande Mestre, sempre alerta, construtor
De um direito mais voltado à realidade.
Não te bastas com a lei, és o mentor
De caminhos que almejam a liberdade.

Conquistaste, com tua verve, o além-mar.
Os patrícios seculares rendem palmas.
Vários livros... mil idéias... sem cessar.

Neste solo brasileiro o canto é uno,
Pois nasceste com uma marca em tua alma:
Paulo Lopo – sinonímia de tribuno.


Natal, 21 de julho de 1998.

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